oiça, António Ferro!
Artur Inez
Oiça, António Ferro!
2ª Ed. Imprensa Beleza, 1933
Oiça, António Ferro!
2ª Ed. Imprensa Beleza, 1933
Nós não pertencemos ao número, elevado por sinal, dos que o consideram simplesmente um imbecil que passa horas trágicas e aflitivas curvado sôbre a sua secretária do Notícias, de mãos fincadas nos parietais, suando, bufando em busca dum adjectivo salvador e bonito.
Não pertencemos a êsse número, porque o sabemos razoavelmente inteligente, embora de raciocínio lento e de precária realização verbalista, ainda que os seus panegiristas imaginem ou digam o contrário.
O senhor, Ferro, é um torturado da forma, que leva duas horas para escrever um período de quatro linhas que levou quatro horas a raciocinar...
E nem sequer é original!
(...)
O leitor que me perdoe. Fui mais longe do que queria. Com esta facilidade de escrever com que o destino me dotou, fui por aqui fora e não consegui responder ao Ferro.
Deixá-lo. Já agora não respondo.
É que entrou, neste instante, no meu gabinete, um camarada a dizer-me que o 1936, da 8.ª esquadra, sem que o chefe lhe encomendasse o sermão, estava ontem, na Baixa, de chanfalho na dextra a arrancar das paredes alguns exemplares do jornal onde lhe ferrei aquela trepa que o deixou a pão e laranjas.
Ora como posso eu responder ao amigo e correligionário do 1936 da 8.ª esquadra?
Nessa não caio eu...
Não pertencemos a êsse número, porque o sabemos razoavelmente inteligente, embora de raciocínio lento e de precária realização verbalista, ainda que os seus panegiristas imaginem ou digam o contrário.
O senhor, Ferro, é um torturado da forma, que leva duas horas para escrever um período de quatro linhas que levou quatro horas a raciocinar...
E nem sequer é original!
(...)
O leitor que me perdoe. Fui mais longe do que queria. Com esta facilidade de escrever com que o destino me dotou, fui por aqui fora e não consegui responder ao Ferro.
Deixá-lo. Já agora não respondo.
É que entrou, neste instante, no meu gabinete, um camarada a dizer-me que o 1936, da 8.ª esquadra, sem que o chefe lhe encomendasse o sermão, estava ontem, na Baixa, de chanfalho na dextra a arrancar das paredes alguns exemplares do jornal onde lhe ferrei aquela trepa que o deixou a pão e laranjas.
Ora como posso eu responder ao amigo e correligionário do 1936 da 8.ª esquadra?
Nessa não caio eu...
Adorava ter isto. Ao António Ferro em 33! Uau!
Isabela Figueiredo disse... 23.4.06
:)... já não se escreve assim!
jmnk disse... 26.4.06
Well done!
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Anónimo disse... 15.11.06
Great work!
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Anónimo disse... 15.11.06
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