confissões sem fim
Nas horas vagas da minha aposentação, no momento em que pego na pena para registar as minhas recordações (são de corpo, mas cansado, tão cansado que a narrativa avançará por pequenas etapas, mas com frequentes interrupções), no momento - dizia - em que, com a minha letra nítida e agradável, me preparo para fazer as minhas confissões ao paciente papel, sou assaltado por um escrúpulo fugitivo. Com a minha cultura e a minha instrução, estarei eu à altura deste empreendimento intelectual? Como o que tenho a dizer se refere às minhas experiências, erros e paixões estritamente pessoais e directos, a minha dúvida incide apenas sobre o ritmo e a qualidade do meu modo de expressão. Ora eu penso que, em assuntos desses, os estudos aturados e levados até ao fim têm menos importância do que uma vocação natural e uma educação cuidada desde o berço.
(...)
- Maria - gritei.
- Ah! - gritou ela, também com uma alegria violenta. Um turbilhão de forças primitivas levou-me ao reino das delícias. E mais tempestuosamente que durante o sangrento espectáculo ibérico vi, sob as minhas ardentes carícias, palpitar muito alto seio real.
Primeira vez que entro aqui no seu blog e gostei muito do que vi. Possuo um blog sobre cinema, mas por ser fã incondicional de literatura, sempre fuço portais e blogs que abordem o tema (como o seu!). Pretendo voltar aqui com mais calma para apreciar detalhadamente esse rico espaço que você criou. Não sei se você conhece o blog literatura.interativo.org (é um dos melhores espaços sobre literatura que eu já li até hoje). Vale a pena dar uma conferida. Abraços do crítico da caverna cinematográfica.
Anónimo disse... 12.8.06
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