Uma Casa na Escuridão
ERA UMA VEZ O FIM DE TARDE. Era um Setembro entre os Setembros da minha vida. Estava sentado na varanda, na cadeira de baloiço, a ler um livro de páginas amarelecidas pela última luz. Baloiçava-me muito devagar, como se tivesse adormecido a baloiçar-me e as pernas continuassem mecânicas a fincar no chão e a elevar-me lentamente. Na outra ponta da varanda, diante da porta da cozinha, a minha mãe estava sentada no cadeirão grande. A escrava miriam tinha acabado de lhe dar banho a de a pentear. Os gatos estavam deitados em pequenos montes a respirar o chão.
(… )
Fui feliz e, nesse momento, morri.
PEIXOTO, José Luis, Uma Casa na Escuridão, Temas e Debates, Lisboa, 2002(1.ª edição)
O José Luís Peixoto é fabuloso no ritmo e na construção dos universos mais angustiantes. Entre o terror e a fantasia estremeci com este livro...mas não fui capaz de o acabar.
Anónimo disse... 21.1.07
curioso vir aqui parar por acaso:)
hoje,
estive a ouvir o escritor
José Luís Peixoto
(na livraria Arquivo, em leiria)
a falar sobre o conteudo do seu livro «Cemitério de Pianos».
Uma pessoa simples,
simpática
e generosa,
um magnífico escritor.
Susana Miguel disse... 15.2.07
ando a ler este livro... depois irei visitar os pianos ao cemitério...
inominável disse... 4.11.07
Este livro é maravilhoso.
Mesmo o seu fim tendo sido triste. Foi um fim apaixonante, que me deixou por largos minutos deitada a sentir aquelas últimas palavras.
susemad disse... 10.1.08
Ora aqui está um autor que ainda não li...Estou a falhar, eu sei.Já está na lista!
Joana Pinto disse... 8.10.08
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